Sobre

A formação de tradutores e intérpretes de Libras e língua portuguesa (TILSPs) é extremamente recente no Brasil. Historicamente, esses profissionais se formavam em espaços associativos e comunitários aprendendo a língua de sinais em contato direto com a comunidade surda e a interpretar a partir da necessidade emergencial de mediar a comunicação dos surdos em situações cotidianas. Com as políticas inclusivas educacionais voltadas à população surda desde os anos 2000, tais como a lei de acessibilidade 10.098/00, a lei de Libras 10.436/02, o decreto que a regulamenta, 5.626/05, a lei da regulamentação da profissão 12.319/10 e a lei brasileira de inclusão 13.146/15, a demanda de TILSPs com formação em nível superior tem crescido no Brasil.

Com a criação do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite (Decreto 7.612/11) houve uma indução na criação de cursos nas universidades federais a fim de promover essa formação em nível superior. O Ministério da Educação convidou as uiversidades federais para abrirem cursos de formação em nível na área de ensino de Libras (Licenciatura em Letras Libras), da educação bilíngue para surdos em séries iniciais (Pedagogia Bilíngue) e na área de tradução e interpretação.

Atenderam a essa última demanda apenas sete universidades: Universidade Federal de São Carlos, Universidade Federal de Santa Catarina, que oferece o curso em duas modalidades (presencial e a distância), Universidade Federal de Goiás, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade do Rio de Janeiro, Universidade Federal de Roraima e Universidade Federal do Espírito Santo. Com a criação desses cursos um novo caminho para formação se estabelece no Brasil demandando, nesse sentido, encontros entre os formadores para discutir diretrizes mínimas do que tange aos currículos, didáticas e metodologias de formação, bem como consolidar a área da tradução e interpretação da Libras e Português contribuindo para o reconhecimento social e trabalhista da profissão e a inclusão social da comunidade surda brasileira. 

Diante dessa realidade, o ENaPTILSP se propõe como um espaço de promoção de diálogos e de intercâmbio de conhecimentos e experiências formativas, didáticas e metodológicas entre colegas que atuam nesses cursos tendo como objetivo reunir professores que atuam nos cursos de bacharelado em tradução e interpretação em Libras e Língua Portuguesa das universidades federais, estudantes de tradução e interpretação e profissionais para discutir os rumos da formação de TILSPs no Brasil.